Abril, romances mil e o género mais lucrativo da indústria

abril romances mil

Olá a todos! Sejam bem-vindos a este blog.

Neste momento, penso em alguns temas interligados com a prática da escrita, as minhas leituras e o que é a génese de escrever Romance. Juntei os temas todos e surgiu este artigo.

Nele contemplo coisas como:

  • as bases da escrita de romance e as tendências da modernidade neste género
  • ler géneros literários de que gosto e que alimentam a minha vontade de continuar a trabalhar nas histórias que escrevo
  • como um desafio de leitura, nascido da necessidade de enfrentar a realidade actual, me trouxe de volta com maior intensidade a um género literário que gosto muito de ler
  • como funciona este género literário de que tanto gosto e que me arranca os comportamentos mais inesperados (como terminar um livro e iniciar outro logo a seguir)

A propósito das minhas leituras, dos últimos meses e, em Abril, ter sorteado 4 livros de romance no decorrer do meu Read or DNF’it Reading Challenge

[sobre o desafio podem ver este vídeo aqui…]

Nos últimos três meses voltei a algumas séries que acompanho há mais tempo do que consigo relembrar. São elas:

  • The Black Dagger Brotherhood J.R. Ward
  • Lords of the Underworld by Gena Showalter
  • Demonica Series by Larissa Ione
  • The Dark Hunter Series by Sherrilyn Kenyon
  • The Psy-Changeling Series by Nailing Singh

Ao reler/continuar a ler estas séries ocorreram-me algumas ideias sobre este género que é o Romance (dentro dos seus sub-géneros relacionados).

Primeira Constatação

“Os Leitores de Romance são insaciáveis.”

Esta frase não é minha, daí as aspas. Mas, não sei quem a disse primeiro, pelo que fica aqui a referência.

Vão ao vosso motor de pesquisa favorito e coloquem “romance readers are voracious” e surpreendam-se…

Esta é uma indústria de biliões de dólares… porque os leitores de romance são insaciáveis.

“Romance novels are big business. According to the Romance Writers of America®, the romance fiction industry is worth $1.08 billion dollars a year,* which makes it about a third larger than the inspirational book industry, and about the size of the mystery novel genre and science fiction/fantasy genre markets combined.” – In liveabout.com

Com uma história de amor como trama central, atrai um público feminino de dimensões consideráveis, e tem vingado junto daqueles que, desprezando o conteúdo, estão focados na subsistência do negócio.

Pode consistir de um só livro, uma série de livros, ou séries de livros de diferentes autores, até obras colaborativas e mesmo de ficção curta, o género de romance imiscui-se dentro de outros subgêneros sempre que seja possível.

O ponto da questão? Ter um final satisfatório para a história de amor central.

Podem ter lugar em qualquer universo, real ou imaginário, e suportados por diferentes enredos que proporcionem uma categorização mais específica dentro de cada sub-género ficcional.

Os heróis devem ser personagens com quem os leitores se identifiquem, mas acima de tudo, devem ser uma espécie de epítome por quem o leitor se apaixone durante a história. Deve evocar sentimentos poderosos no leitor e pode mesmo atrai-lo para outros tipos de heróis paranormais.

Com maior ou menor conteúdo sexual, há gostos para todos os tipos de histórias.

Vendendo melhor do que outros géneros literários, este género de história é ainda visto com desprezo e como uma indulgência, cheia de culpabilidade por parte daqueles que a consomem (ou escrevem).

Segunda Constatação:

Os leitores procuram emoções mais fortes (e seguras) do que as do dia-a-dia.

O que procuram os leitores quando pegam num livro de romance?

Sentir coisas que não estão disponíveis para eles, ou que não se encaixam nas suas vidas diárias. A maioria destes leitores já possui uma amostra do que um sentimento poderoso como o romance pode trazer às suas vidas e decidem vivê-lo por entreposta “pessoa”, ou num livro. É emocionante, emocional e seguro.

Experienciar o impossível, aquelas histórias que imaginam dentro das suas cabeças. Encontrar um livro com essas histórias, que lhes apresente a sua versão de fantasia, e fazê-lo várias vezes seguidas, através de vários livros.

Falta-nos qualquer coisa. Ou, pelo menos, é essa a história que nossa natureza humana nos instila.

Falta-nos viver qualquer coisa, experienciar algo, sentir mais… ler traz-nos essas experiências. Viver uma vida de aventura, com dinheiro, emoções novas e poderosas, cheias de perigo e paixão. Vivemos o impossível através destas histórias e introduzimos o que nos falta no nosso dia-a-dia.

Que plano temos para os nossos escritos e as nossas vidas que nos orientam enquanto escrevemos romance? Os leitores de romance procuram ler muitos livros. Providenciamos?

Terceira Constatação:

Há tantos romances escritos com tão pouca qualidade que dói.

Porque há tantos romances escritos com pouca qualidade?

Escrever sem respeitar o género literário em que se escreve, sem respeitar a arte, sem respeitar o tempo necessário para aprender a fazê-lo bem, ou com pressa em fazer dinheiro fácil, gera trabalho de pouca qualidade.

Isto acontece em tudo, porque não aconteceria num género em que temos uma quota de mercado tão avassaladora? (em especial, se considerarmos em comparação)

Não é apenas satisfazer a procura por estas histórias. Como em tudo, deve ser sobre escrevermos o que gostamos de escrever, e fazê-lo no melhor que as nossas capacidades o permitem (e aperfeiçoá-las para que o façam melhor).

“Someone asked Theodore Sturgeon why there were so many bad SF novels. He said “90% of Science Fiction is crap.” When the audience protested, he paraphrased Benjamin Disraeli and said “But 90% of Everything is crap.” – Quora

Romance é um género optimista e positivo, que pega em pessoas com problemas e realidades difíceis e lhes apresenta uma escapatória para uma vida mais feliz.

Amar ajuda-nos a encontrar empatia para com o outro. Tira-nos desta realidade dolorosa em que vivemos todos os dias. Dá-nos protecção e conforto nos dias maus.

As relações amorosas (românticas ou qualquer uma das outras, de amizade, familiares…) têm potencial para nos ajudar a encontrar a felicidade.

As pessoas nascem em sociedade, vivem em grupo, coabitam e coexistem com muitas outras pessoas. Esses laços trazem o significado real e a significância para viver esta existência de uma forma mais satisfatória, preenchida, realizada e feliz. O amor ajuda-nos a crescer como seres humanos.

Os romances retratam todas estas relações e mais. Ajudando-nos mesmo a identificar comportamentos inaceitáveis e racionalizações problemáticas.

Todas as dificuldades que os personagens vivem ajudam-nos a encontrar uma medida de respeito pelo próximo. Cada vilão simboliza algo que aprendemos a reconhecer e evitar, se possível, nas nossas realidades.

Quarta Constatação:

Termino leituras de romance a uma velocidade inexplicável… (a não ser que não me cativem/não tenham o que considero um mínimo de qualidade)

Escrevê-las é outra conversa.

Três anos de volta de uma história e, agora, concluo que preciso reescrever tudo de novo. Só me apetece chorar! Mas, faz parte!

Voltar a ler romance tem sido uma viagem agradável.

E, sim. Vejo os temas sensíveis com a escrita destas histórias. Os problemas de ponto de vista, planeamento e, até, pouca substância em alguns destes exemplares.

Mas, o que vejo, de facto, são muitas horas bem passadas, a divertir-me e a aprender com o produto daquilo que os outros fazem. E, esta experiência, sendo aquilo que gosto de escrever, vale muito.

Abril, romances mil.

Como já tinha escrito noutro artigo aqui no blog…

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