Leituras Especiais para Pausas (de verão?!)

leituras de verão

Olá a todos. Sejam bem-vindos [à minha Biblioteca].

A meio de Junho, ainda não sabia o que iria levar comigo para ler, nesta pausa de Verão. E, este é um facto que, pode ser confirmado no que escrevi no artigo Ler Livros. Comprar Livros e Passeios, em que, no meio de uma arrumação — tão necessária — às estantes que possuo, descobri uma vontade imensa de empilhar as hipóteses de leitura para este verão.

Vontade que contrariei de imediato, afinal, estava a arrumar livros e, não a desarrumar.

Assim, deixei-me ficar pelos relances às prateleiras — também apreciam olhar para os livros na estante? Eu adoro! — e arranjei o livro que seria obrigatório para mim levar, “1Q84” por Haruki Murakami, parte do Game of Tomes Bookclub sobre o qual podem ver aqui…

Até aqui, tudo bem. Tudo estava calmo, mesmo se algo indistinto, naquilo que iria ler a seguir.

A revolução deu-se quando, a poucos dias de ir para a minha pausa de verão, encomendei um livro novo.

“Les Fées à La Mode” par Comtesse D’Aulnoy

Estive a pedir ao Universo que a entrega ‘prevista’ ocorresse na melhor hipótese possível. Estimava-se que o livro chegasse no dia em que eu iria iniciar a viagem. Portanto, quando já não estaria em casa para o receber. Precisava que o Universo o entregasse no dia anterior.

Sorte! Chegou dois dias antes, para meu enorme alívio e satisfação, porque, assim, pude pensar se o levaria comigo para a pausa.

Este livro faz parte das leituras não planeadas, e em segredo, de Julho e envolve outro tipo de esforço cognitivo. Diz que, para o ler, vou precisar aceder às minhas bases poeirentas de francês. Algo que comecei a fazer, nos momentos mais aborrecidos da minha pausa, e que depressa percebi que, para o compreender vou precisar de algo mais do que o simples acto de ler.

Assim, arranjei um tesouro de 1973 entitulado “Les Fées à La Mode” pela Condessa D’Aulnoy.

les fées à la mode

Este livro cheira mal… não sei se comentei convosco mas, não gosto do cheiro dos livros. Gosto ainda menos quando são antigos… para mim, este livro cheira mal e, tem estado a apanhar ar, para ver se algo do aroma desaparece com o uso.

Quanto ao seu estado físico, e tendo em conta que é um livro de alfarrabista, que veio pelo correio desde França, vem quase perfeito. Tem uns riscos a completar uns desenhos nas páginas iniciais (como podem ver na foto acima) e está um pouco descolorado nas partes douradas da capa, mas nada que me preocupe. Ele é especial e, não o é apesar de apresentar ligeiras mazelas, mas por causa dessas mesmas imperfeições que provam uma vida anterior à minha existência. E, no entanto, por muito que goste dele… continua a cheirar mal.

Diz-se que Madame D’Aulnoy foi a criadora dos chamados Contos de Fadas e, só por isto, merece o esforço de ser lida no idioma original. Graças ao Universo, a Condessa não escrevia em alemão, ou algo que o valha, ou estaria lixada na empreitada ‘ler o original’.

E, eu quero ler o original, já que há mais de duzentos anos que se reescreve, re-imagina e aproveita a sua obra (de D’Aulnoy e de outros escritores da época). Num conto apenas, encontro, pelo menos, três referências que reconheço, na obra de autores da actualidade. Sem falar na Disney e afins… Quero ler o original.

Comecei a traduzir o primeiro conto e, para minha surpresa, e grande satisfação — e, partindo da convicção que esqueci tudo o que a minha professora de Técnicas de Tradução de Inglês cuspiu na minha direcção, sobre a qualidade da minha prática… isso, e que estou a fazê-lo apenas para eu ler, — reparei que o meu francês está menos enferrujado do que pensava.

Claro que recorro ao dicionário de tradução (a vários). Não estou totalmente esquecida do idioma, mas não sou arrogante a ponto de pensar que uma tradução é fácil de fazer sem as ferramentas apropriadas.

E, sei que esta é uma leitura para vários meses, senão anos, a avaliar pelos progressos. Um conto de cada vez. Será um conto de cada vez.

“1Q84” por Haruki Murakami

No reverso desta medalha, — em que a leitura é difícil, mas vai indo relativamente bem, — vem o tomo gigantesco dos dois meses de verão, “1Q84” por Haruki Murakami. Ena!

Arranjei o audiobook e estava cheia de expectativas sobre a arte de contador de histórias de Murakami.

Li “Romancista como Vocação” há umas semanas, obra que adorei, e fiquei curiosa com a parte ficcional deste autor.

Bom! Que desilusão! Ouvi uma hora de “1Q84” e pensei, “Não vai acontecer”. Retive muito pouco do que ouvi e, grandes partes pareceram-me precisar de propósito e revisão (corte?!). Acredito que tudo se interligue mais à frente. Mas, o que se pode interligar, para mim, se não captura a minha atenção?

Neste livro, não vi repetida a experiência de facilidade de absorção como em “O Conde de Monte Cristo” ou em “The Handmaid’s Tale“. Fiquei desiludida…

Ocorreu-me substituir esta leitura por “Kafka à Beira-Mar”, mas os dias passam, e não me comprometi com isto, porque #fadigadedecisão é real.

Haruki Murakami

Mas, provavelmente, sou eu que não estou no momento certo para “1Q84”. Ou, talvez, este não seja o formato ideal para absorver esta história. Seja como for, é um dnf’it claro… também conhecido como arruma-o de volta na prateleira.

“As Aventuras de Alice no País das Maravilhas” por Lewis Carroll

Há uns meses, e por acaso, encontrei as edições ilustradas por Diogo Muñoz, com posfácio por Miguel Esteves Cardoso e, claro que, vieram comigo para casa.

Não sendo a primeira vez que leio, ou contacto com esta história noutros formatos, esta foi a leitura ideal para um momento em que vivo imersa em Contos de Fadas.

Os pormenores, e significados implícitos, e explícitos, foram descobertas muito apreciadas. As ilustrações são um complemento curioso. As palavras de MEC são sempre lidas com gosto. E, as ideias inspiradoras acumulam-se.

Alice no País das Maravilhas

Num mundo de sonhos é o absurdo que nos regula, não é?

Esta foi uma leitura muito inspiradora.

“Os Grandes Artistas — Impressionismo”

Fui para pausa com três livros e um kindle dentro da mala o que é, substancialmente, pouco para mim. No entanto, fui confiante de que algo de literário se manifestaria. Não estava errada.

Este ano, não encontrei o que me cativasse na pequena caixa de madeira da biblioteca municipal (a caixinha que vive no meio da Praça, e que tem livros para leitura, numa espécie de Little Free Library).

Apesar desta estar a abarrotar de livros, a verdade é que decidiram enchê-la de tomos em alemão e de códigos penais e processuais vários. Nada para mim, portanto.

Já a única papelaria/tabacaria da zona tem um abastecimento interessante de livros… mas, a maioria, ou são edições muito antigas (daquelas que vêm com revistas e jornais em tempos idos), ou são ao preço da grama de ouro.

No entanto, num recanto ao fundo da loja, encontrei um livro tão empoeirado que, mesmo já estando a metade do preço marcado, a funcionária ainda me fez um desconto adicional, quando o trouxe para a caixa de pagamento.

impressionismo

Os Grandes Artistas do Impressionismo escolhidos, neste livro, foram: Van Gogh, Renoir, Monet e Degas.

Sobre Van Gogh, Monet e Renoir, reli e apreciei as imagens escolhidas, e as explicações pormenorizadas. Sobre Degas, foi uma espécie de primeiro contacto. E, consegui adicionar um livro sobre um estilo de pintura que me agrada, o Impressionismo.

Um livro sem ISBN, numa edição antiga, ainda enfiado no saco de plástico de época — lá está! deve ter feito parte de alguma oferta “na compra de uma revista” que ficou esquecido na prateleira, — e que não consta no Goodreads.

Não constar do Goodreads é uma chatice. Adicionar livros à plataforma, nestes casos, é chato! Sem os dados todos, sem saber se não existe, de facto, outra entrada que me tenha escapado… enfim.

“O Vento da Noite” por Emily Brontë

No mesmo dia, em que trouxe o livro dos Impressionistas, reparei num livro de poesia de uma das irmãs Brontë. Não o trouxe comigo. Não nesse momento. Voltei, uns dias mais tarde, para o ir buscar.

emily bronte

Poesia, esse género literário que sempre me cativou e cujos clássicos, raramente, me desapontam.

Neste conjunto de poemas, escritos por Emily há um conjunto de sentimentos que reconheço e, alguns, com os quais me identifico. Gosto, e passou a fazer parte da prateleira dedicada à poesia.

Assim, estes foram os livros que povoaram as últimas semanas, pausa incluída.

Neles encontrei uma miscelânea inspiradora, com muito material sobre o qual aprender, anotar e reflectir.

Partilhem connosco o que andam a ler por aí, e/ou o que pensam ler na vossa pausa de verão. Os comentários são bem-vindos.

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