Um bom espectador de histórias

romance

Olá! Sê bem-vindo a esta [pausa de domingo].

Sou muito parcial quanto a ser uma boa espectadora de histórias. Acredito que, a atenção que dispensamos a um momento em que nos contam uma história deve ser total. E, sei que, quando não escutamos a história de verdade, perdemos pormenores importantes.

Porque, nem só de livros, teatro, filmes e afins se contam histórias. Muitas histórias, testemunhamos ao vivo, desde que lhes dispensemos a atenção necessária.

Esta semana, li um livro que me voltou a explicar a necessidade de dar atenção ao que se passa ao meu redor.

O Título: Plotting Summer de Jess Heileman.

Escolhi-o como uma história simples de ler, com a certeza de que seria uma leitura típica de romance. E, até um certo ponto, foi isso que ela foi. A história passa-se num sítio idílico, cheio de vida, e personagens que divertem e enternecem o leitor.

Depois, vieram os pontos de referência e as ocorrências.

Capri é uma jovem escritora, cuja fama veio com a publicação de uma história quase auto-biográfica, sobre o seu primeiro interesse amoroso. Um livro que ela imaginou, com muita liberdade criativa, — uma vez que, no livro que ela escreveu, o casal termina junto, tal como em qualquer bom romance, — e apresentou ao mundo sob um pseudónimo pouco recomendável e/ou facilmente identificável.

Acompanhada por uma imaginação fértil, e uma atenção constante às pessoas à sua volta, Capri sempre andou munida com um caderno de apontamentos para fácil identificação de personagens e construção de histórias.

Inspirada num interesse romântico, que a acompanha desde adolescente, Capri deseja esconder, sob qualquer ameaça, a sua identidade como escritora porque, assim que se soubesse que ela era a escritora misteriosa, quem a conhece iria identificar o homem da sua história… o rapaz por quem ela se apaixonara e que nunca deixara de amar.

Tristan, aparentemente imune a Capri, manteve a sua vida a decorrer como era suposto. A namorada de juventude torna-se sua noiva e, apenas porque a vida dá voltas, o casamento é cancelado e eles rompem o noivado.

No fim, depois de muitas e engraçadas ocorrência, ficamos a saber que Tristan não era assim tão imune a Capri, acrescentando algo da vivência dele à dela, ao longo dos anos, num acto de… escrita.

Confesso que, andei a precisar de leituras leves por motivos de cenas-e-coisas. Esta história trouxe-me isso e algumas ideias mais.

Primeiro, o caderno de possíveis enredos que Capri tem sempre consigo. Quem junta umas décadas de contacto com pessoas nesta vida acaba, inevitavelmente, por reunir histórias. E, olhando em volta, se prestarmos atenção, localizamos factos, sentimentos e enredos que nos escapam, se estivermos distraídos.

Segundo, o acrescentar de outros factos que eram desconhecidos, com a passagem do tempo, e através de outros intervenientes conhecidos.

Terceiro, o que vivemos que nos marca e que transparece nos nossos escritos, muitas vezes, inadvertidamente.

Como consumidora de Romance, acredito que a necessidade de amar, e de nos sentirmos amados, tem um impacto enorme nas escolhas de leituras deste género. E, quando a história acontece, porque o impossível se materializa, é um Romance muito satisfatório.

Nesta [pausa de domingo] sugiro: escolham uma história — um livro, um filme, uma série… — e dêem-lhe a vossa total atenção. No fim, retirem o que leram “nas entrelinhas” dessa história. Talvez encontrem a vossa próxima história…

Desejo-vos um Excelente Domingo.

Obrigada e Até Breve!

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