‘… words had the power to inspire; that you never know when what you’re saying is exactly the right thing at exactly the right time for someone. And she’s right. Remember that every time someone tells you your writing isn’t important, or the doubtful voice in your head tells you it won’t matter. Because guess what? You’re a writer.’ In ‘How We Treat Writers’ by C. Hope Clark
Estas são as palavras que me fizeram concluir que este é um artigo a partilhar. ‘Just A Few Words By Maureen Tanafon’ tocou-me de uma forma muito especial.
Maureen escreve sobre algo que é a realidade da maioria de nós, escritores ou aspirantes.Passamos grande parte do nosso tempo a encaixar aquilo que os outros imprimem (ou tentam) na nossa forma de vida. Passamos mais tempo ainda a sobreviver àquilo que nos é infligido por aqueles cuja opinião conta (e muito) na esperança de, um dia, não nos deixarmos afectar dessa forma.
Indubitavelmente, isto é algo pelo qual todos nós passamos. Da mesma forma que quem escolhe determinadas áreas/carreiras, decerto procura resolver algo em si, ou naquilo que o rodeia, também o escritor é um desses indivíduos. Procuramos contribuir com o nosso melhor, sempre acompanhados pela a desvantagem de ser algo muito trabalhoso, financeiramente instável, e com uma hipótese gigantesca de nunca sair da esfera dos passatempos dispendiosos em tempo, atenção, dinheiro e privações várias.
Em poucas linhas, quero ressaltar duas ideias sobre este artigo. A primeira é que todos combatemos os nossos próprios demónios. As vozinhas interiores, os discursos deprimentes e repressivos de um ou mais agentes de oposição.
Todos passámos, passamos e iremos passar por isso. Cabe-nos a nós próprios ignorá-los, detê-los e/ou colocá-los no seu devido lugar (e depois arranjar um canto recatado para ir lamber as feridas).
A outra ideia é que a escrita é um modo de exorcizar esses demónios. Essas coisas são material. Tudo é material para a nossa escrita. Como diz aquela piadola: se queriam que escrevesse coisas boas sobre vocês, deviam ter-se portado melhor… ou algo do género.
Não fui uma escritora tardia, mas fui uma escritora que não sabia que o era. E não, não tenho uns progenitores depreciativamente críticos. Mas tive uma educação (e uma forma de ser) que incentivou, e elevou, a auto-crítica e o desejo de perfeccionismo a níveis exasperantes (e algo deprimentes). A ponto de acreditar sempre, como primeira opção, que o auto-sacrifício é o melhor remédio ao invés de aceitar que este é e deve ser distribuído por todos (ou ninguém conseguirá ser feliz). E que não há nada que seja perfeito. Mas, acima de tudo, que não ser perfeito não faz mal.
Como pessoas, somos sensíveis. Como escritores, somos extremamente atentos àquelas coisas às quais poucas almas prestam alguma atenção. Por isso, e por muito mais, a nossa auto-estima será sempre uma fina flor, carente de atenção, e destinada à análise profunda.
Como Maureen afirma: “You never know what words might touch you. You never know what words of yours might touch others.” É a mais pura das verdades.
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4 comentários em “Palavras Soltas: Nunca sabemos que palavras nos (vos) tocam”