Neste Domingo, e na pausa de Domingo, falemos sobre doenças. Não sobre doenças em si, mas sobre o que faço quando uma doença me impede de… quase tudo, na verdade.
Ora, 2022 tem trazido uma série de maleitas que não tenho como evitar e, na semana passada, foi gripe… possivelmente, gripe A, de acordo com os contactos imediatos da minha miúda.
Claro que, após dois anos e pouco de contactos sociais limitados e quase nenhuma constipação cá em casa, apanhámos todos.
Mas, com a pandemia de Covid-19, lições foram aprendidas.
Visitas?! só do lado de fora da porta. Não há saídas ou contactos que propaguem a gripe. Já bastavam as pessoas que estavam nas urgências sob o espectro desta vaga gripal.
Fomos vistos pelo médico. Tomámos medicação. Ainda estamos a recuperar aos poucos.
Entretanto, o trabalho que precisa ser feito foi mantido de forma inconstante, na melhor das hipóteses. As necessidades básicas foram asseguradas como conseguimos. O cuidado connosco era um esforço de equipa, de família, em que um cuida do outro, que cuida do primeiro, e ambos da pequena, porque estamos todos doentes.
E, o que fazemos quando é imperativa esta ou aquela actividade (como, no meu caso, escrever!!) e nem conseguimos levantar a cabeça da almofada??
Temos paciência.
Juro-vos que, há anos, é só o que digo “Tenho de ter paciência” e, regra geral, é por motivos de saúde. Como neste episódio aqui… que, entretanto, evoluiu de formas mais positivas do que eu conseguia ver naquele momento… sim, sei que possuo uma veia dramática em mim.
Quando é o desconforto físico, a dor, a febre, o mal-estar generalizado que passa a fazer parte do jogo diário, torna-se bem mais difícil ter uma sessão criativa.
E, nestes casos, resta-me repetir o mantra “tenho de ter paciência“.
Se já fiz tudo o que podia para aliviar e, mesmo assim, não me sinto em condições, tenho de ter paciência. Paciência comigo, pelo que aconteceu, com os cuidados para comigo, com o espaço que preciso libertar para me restabelecer, com o que penso sobre o assunto.
Ficar a pensar que devia estar a fazer isto ou aquilo ou que se não fizer terei este ou aquele problema, não ajuda. Pelo contrário, prejudica.
Por vezes, a saúde exige uma pausa mais alargada. E, por vezes, quando nos recusamos a fazer uma pausa, o nosso corpo decide por nós e força-nos a parar. Comigo, costuma ser assim.
Quando é algo com que se convive sem dificuldades de maior, ou sem ser preciso um sacrifício extremo apenas para segurar numa caneta, acredito que devemos gerir a cena da melhor maneira, e fazer o que for possível para facilitar a actividade necessária (e foi assim que me apanharam a trabalhar podre de doente, noutras ocasiões, por dias a fio).
Mas, se não nos é possível continuar de pé, sentados e, por vezes, até deitados sem padecer, então o descanso é obrigatório.
Foi assim que passei o Domingo passado, e muito dias da semana anterior, e desta semana que termina agora: a descansar de forma obrigatória.
Não gosto! Pois claro que não. Mas é o que é. E, lutar contra uma coisa que não tenho como mudar não é produtivo.
Assim, aproveitei para fazer o que não me exigia forças que não tinha.
Vi umas séries, revi outras, juntei-lhe uns filmes, li um pouco, dormi… tentando recuperar das noites péssimas e das exigências físicas da coisa.
Quando temos uma actividade que se quer criativa é preciso agradecer todos os momentos em que temos saúde, capacidade e espírito para a desempenhar. Em especial, quando o momento é desafiante na sua concretização.
Espero que os vossos inícios de Abril tenham sido mais saudáveis e criativos.
Até à próxima pausa de Domingo…