Um Guia de Vida (Criativa e não só)

um guia de vida

Esta semana dei uma segunda oportunidade aos vídeos do Jordan Peterson.

Porquê?

Já vão saber e, talvez, encontrem neles algum incentivo para mudar algumas coisas nas vossas práticas diárias.

Sugestão de vídeo: Small Habits That Will Help You Become Mentally Strong – Jordan Peterson Motivation

Jordan

Jordan Peterson

Psicólogo clínico, autor, professor universitário. Apesar de não partilhar das suas crenças políticas, aprecio a parte da sua obra que lida com sistemas de crenças e de significado. Algumas das suas ideias mais controversas prendem-se com uma observação racional de algumas posições extremistas sobre género, expressão e discriminação. E, o extremista não é ele!

Jordan Peterson
Livro na lista para ler em breve…

 

Há uma série de vídeos de confrontação entre Peterson e diversas pessoas. E, como o que tudo o que dá espectáculo, é promovido e sobre-dimensionado.O que comecei por ver trouxe-me a sensação esquisita de que o homem dizia coisas que não eram bem toda a verdade.

Daí a minha observação “dei uma segunda oportunidade“.

Não tenho grande paciência para show-off’s, confesso. Os pequenos espectáculos de egotismo e os truques publicitários não me cativam… que foi o que eu pensei serem os vídeos do Jordan Peterson…

Não eram nada disso…

Se ouvir com atenção o que ele diz, se o que ele diz não for isolado e retirado do contexto, se acedermos a outros estudos e material e, sobretudo, se não ficarmos surdos, e cegos de raiva, com aquilo que achamos que ele disse, ao invés de ouvirmos o que foi dito de facto, acabamos por compreender que as pessoas respondem apenas às sua próprias interpretações deturpadas do que entenderam.

Não faltam por aí pessoas com opiniões contraditórias, só porque desejam ser do contra. Incluindo aquelas pessoas que era suposto saberem mais (como o médico que desacredita a gravidade das consequências de um vírus, ou o jornalista que se diz isento mas as suas perguntas transpiram opiniões pessoais, ou o juíz que não cumpre a lei).

Por um lado, esta controvérsia que rodeia Jordan Peterson, serve para promover o seu trabalho. É habitual que assim seja, e por desígnio, não por acaso.

Por outro lado, torna-o numa espécie de alvo a abater, quando (tudo o que seria necessário era um pouco de conhecimento histórico, sociológico, estatístico e psicológico… coisa pouca, não é?) as pessoas não entendem o que é dito de facto.

Não digo que concordo com tudo, ou que tudo o que ele argumenta é a absoluta verdade e, portanto, o caminho a seguir. Nada de gurus por aqui! Mas, há nos seus estudos muitas respostas a perguntas que me tenho feito.

Considero, sim, que existem uma série de temas importantes nas suas obras, não apenas nos vídeos, mas nos seus livros e palestras.

Sugestão de vídeo: How to PUSH THROUGH the Hard Times in Life! | Jordan Peterson | Top 50 Rules for SUCCESSPeterson

São estas ideias (dos vários vídeos que vi) que tiveram impacto em mim e que pretendo explorar neste artigo, de uma forma adaptada à nossa vida de criativos, escritores e todos os outros.

Não pretendo fazer uma análise exaustiva ou intensiva de todas as ideias com que me cruzei. Não seria possível fazê-lo, ou adequado ao contexto. O que farei é uma análise pessoal de todos aqueles temas que me ficaram retidos na memória, e que acredito que podem fazer a diferença, se os tivermos como guia para o dia de hoje, e para todos os dias a seguir.

Porquê? Porque isolei estas ideias para partilhar convosco?

Porque acredito que precisamos de motivação. Precisamos de foco no que é importante e de saber aceder a esta motivação, a este poder de foco, todos os dias.

Acredito que precisamos de conhecimento. Sei que nada sei. E, não estou a ser cínica quando digo isto. Tenho noção (e crença) de que pouco sei. Mas desejo saber o que posso e, por isso, preciso de estratégias para me permitir o acesso a conhecimentos que, de outra forma, não teria (não podemos saber o que não sabemos, não é?)

Acredito que precisamos de explorar quem somos e o que desejamos que a nossa vivência seja.

O nosso tempo aqui é finito e, muitas vezes, somos empurrados para o que temos de fazer, para aquilo que os outros acham que deve ser a nossa vida, e damos connosco, uns anos mais tarde, num buraco escuro, do qual não vislumbramos saída e, à beira de desistir de tudo.

Quero contribuir, e não desejo desistir do que quer que seja que me anima.

Esta tem sido a minha experiência, e o meu caminho, e apenas posso dizer-vos o que é útil para mim. Ou seja, não desejo dizer-vos que esta é a solução. Apenas partilhar o que resulta comigo. E, encontrei respostas a algumas das minhas perguntas, no trabalho do Jordan Peterson.

Ocorre-me que, há uns tempos, sugeri o livro “The Mountain is You” de Brianna Wiest. Tem algumas respostas. Mais floreadas, é certo, mas respostas [entretanto, perdi o rumo do audiobook, pelo que vou reler em ebook].

the mountain is you

Porque é tão difícil manter a motivação? Porque não conseguimos manter uma decisão após ser tomada e aparecer todos os dias para a executar?

Porque não iniciamos e mantemos bons hábitos? Porque não sabemos escolher o que nos faz bem, e recaímos nas desculpas como escape?

Porque dizemos que queremos ser uma determinada pessoa, sem o conseguirmos? Porque o que desejamos e o que realmente somos são coisas diferentes?

Porque somos voláteis nos nossos carácteres? Porque dizemos que acreditamos numa coisa, mas fazemos outra, assim que surge a necessidade de agir?

 

Em resposta a tudo isto…

Porque não sabemos o que queremos. Porque temos dúvidas. Porque desistimos a cada curva. Porque nos habituámos a não lutar pelo que desejamos. Porque não desejamos sofrer para lá chegar. Porque achamos que existe vida sem sofrimento. Porque cedemos a práticas que não nos alimentam mas que nos destróem.

Não é por acaso que se treina a resistência física quando temos um objectivo. Também no resto precisamos treinar a resistência, a persistência, as bases que suportem a busca pelos nossos objectivos. É fácil? É horrivelmente difícil.

Mas, quando não nos damos outra opção a não ser viver algo, não há derrota. Só falhamos naquilo que não tentamos, e é bem verdade. Se colocamos num calendário que vamos fazer isto ou aquilo, não desistimos de o fazer, mesmo que seja um sofrimento fazê-lo.

Não nos habituamos a desistir quando as coisas ficam um pouco mais difíceis. Porque, difíceis, é o que elas são.

Não nos vitimizamos, a pensar que o mundo nos deve alguma coisas, só porque viemos cá parar sem escolha. É cruel? Há coisas que não deviam acontecer? Verdades incontestáveis. Mas, acontecem. E, são cruéis. Porque deixamos que elas nos atormentem para o resto dos nossos dias? Não bastou?

Aparecer para as nossas responsabilidades diárias, para o nosso trabalho diário, da melhor forma que nos é possível, é um mindset que precisa ser treinado. Como? Aparecendo todos os dias, sem excepção. Engolindo os “não me apetece” e aparecendo e executando o que quer que seja o nosso trabalho.

Sugestão de vídeo:3 HOURS THAT WILL FIX YOUR CHARACTER & SOUL – Jordan Peterson Motivation

jordan peterson

Não temos um bom carácter porque sempre acreditamos haver alívio para as coisas que não queremos fazer. Há sempre uma desculpa, uma razão, um inconveniente, um encosto para nos ampararmos… até ao dia em que não há. E, o que fazemos? Aprendemos à força a lidar com a responsabilidade ou deixamos que o seu peso nos afunde.

Não temos um bom carácter porque acreditamos sempre que tudo tem desculpa à luz da prioridade que damos aos nossos egos. Um “não fiz, mas não faz mal!” ou “prejudiquei alguém, mas não faz mal!

Queixamo-nos, todos os dias, disto e daquilo, mas não fazemos nada para compreender porque o fazemos ou como mudamos a situação, ou se é sequer possível mudar a situação. O que desejamos, realmente, da vida? O que precisamos viver para gostarmos da nossa existência? O que temos de aceitar? Que responsabilidades são pessoais e intransmissíveis?

Cada uma destas atitudes, praticada todos os dias, é uma bomba destruidora de motivação. A dúvida, a falta de treino mental, desistir de tentar, vitimizar-nos, agarrar-nos ao que foi, as desculpas para não fazer, o carácter, as queixas…

Quanto do determinismo das situações é da nossa própria responsabilidade?

O que fizemos? O que fazemos, ainda? O que não fazemos? O que escondemos de nós e dos outros? Como agimos perante este ou aquele desafio.

Se aprendemos que podemos desistir, vamos querer fazê-lo, assim que a situação se tornar mais difícil… e isto, invariavelmente, acontece. Até quando achamos que não desejámos desistir, mas atribuímos tudo o que aconteceu a um qualquer desígnio do Universo, um carma.

Posso não gostar do resultado, mas o que não posso é acreditar que não fiz parte dele.

Por isso, sim. A responsabilidade da maioria das situações é pessoal e intransmissível. Apenas eu posso decidir aparecer todos os dias.

Usamos todos os meios que podemos usar?

Sou humilde o suficiente para identificar, planear opções que colmatem as minhas falhas, e adquirir o que me falta para poder construir os objectivos? Serei?

Tenho os meios de que necessito? Sou capaz de imaginar opções para aqueles que necessito mas de que não tenho? Predisponho-me a tentar?

Pontos de Contacto com o trabalho criativo

Se têm uma segunda actividade, um sonho, um passatempo que gostariam de executar mais, então suponho que conhecem esta sensação. Falo da sensação em que justificamos o tempo que não dedicamos à actividade, em que dizemos que queremos, mas estamos cansados, sem inspiração, muito ocupados…

Pior, se têm uma actividade que adoram mas perderam a motivação para a desempenhar no vosso melhor…. porque estão cansados, é chato, ou estão inseguros com as circunstâncias…

Agora, revejam tudo aquilo que sabem, e sentem, sobre este assunto após lerem, ou ouvirem, algo por Jordan Peterson.

Porque não estamos a aparecer no mundo com o melhor que podemos ser?

Eu sei qual é a minha resposta.

Obrigada e Até Breve!

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Referências:

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