Filofax, uma prática de recolha de informação

filofax

Olá a todos. Sejam bem-vindos a este [vida criativa].

2024 ficará para sempre na minha memória como o ano em que regressei ao Filofax… filofaz, para mim, porque estou sempre orientada para trocas mentais inadvertidas.

No final do ano passado, com todo o trabalho de fecho de ano, e preparatório do novo, dei comigo imersa em bujo, e listas, e formatos de apontamentos.

E, por mais que goste de ter certas coisas à distância de um clique, de forma permanente em formato digital, a verdade é que adoro um bom momento com um bloco de notas na mão, uma agenda, ou um livro qualquer em papel… diz que o analógico é parte de mim.

Uma informação puxa outra e acabei nos vídeos de Megan Rhiannona magicar se teria uma forma de adaptar a prática às minhas necessidades.

No início de Fevereiro, escrevi o artigo Imaginar o Sistema Perfeito: Apontamentos Criativos, onde vos falei sobre o início desta prática e porque achava que faria sentido para mim.

Com dois meses de prática quase diária, eis o que vos posso dizer sobre este processo de tomada de notas, controle da vida diária e depósito criativo:

  • É fácil organizar a informação

Levei algum tempo a encontrar uma organização que funcionasse para mim. Após experimentar alguns tipos de registos, decidi quais queria manter, e criei uma Chave que me recorda do que pertence ao quê.

Ao invés do formato semanal e/ou mensal, optei por separações temáticas em que incluo apontamentos não apenas sobre os compromissos diários, a nossa saúde, ou actividades a fazer, mas também sobre notas de escrita, ideias novas, consumo de media e de livros, e uma separação para uma espécie de commonplace book.

  • É fácil introduzir informação nova

No sistema de argolas, introduzir páginas ou eliminá-las, é algo que se faz com facilidade. Assim, posso sempre colocar mais uma folha, ou duas, com uma opinião sobre “O Conde de Monte Cristo” se assim o desejar (coisa que fiz).

Acabei com a preocupação de ser obrigada a acertar à primeira, e manter um registo limpinho em papel, ou ter me obrigar a, apenas, anotar digitalmente porque podia querer escrever mais sobre o assunto e não ter espaço para o fazer. Agora, mesmo pequenas citações ou imagens podem ser introduzidas nas margens, ou noutras partes do design.

  • É fácil retirar/utilizar informação

Um pormenor. Eu sabia que tinha lido e anotado um qualquer pormenor. Mas onde o tinha apontado? Onde tinha colocado aquela informação? Num dos cadernos de notas? No Imaginarium? Na app de notas? Numa das agendas? No Journal? Onde?!?

Não transladei a informação dos outros formatos para este. Tendo em conta o volume, não seria possível ou aconselhável. Mas, estou a transitar para este sistema de forma consistente. Volto a tomar notas sobre algo que volte a surgir. Reorganizo a informação, e coloco-a nos separadores a que acredito que pertencem. Encontro-a com maior facilidade quando vou à sua procura. Construo com base no que já lá está e, isto é uma grande vantagem para mim, que sei que irei sempre misturar referências nas coisas que escrevo… e que, agora, consigo encontrá-las sem grande confusão.

  • É criativo no seu aspecto visual

Escolhi o formato A5 porque sempre foi o meu favorito para tudo. E, nele, consigo encaixar as pequenas imagens que imprimo, os autocolantes que gosto de ver, os pequenos papéis, bilhetes, folhetos, etc, que gosto de coleccionar, fazer ou colar pequenos desenhos e ilustrações, executar colagens com referências sobre certos assuntos, livros e filmes, ou tudo junto.

Ser agradável de ver é importante para mim e, apesar de não me considerar muito dotada nesta parte mais visual das artes (os meus desenhos saem tortos, as minhas composições visuais, muitas vezes, são esquisitas e, até os autocolantes que uso nem sempre me parecem que foram para os sítios certos…) tem sido uma experiência engraçada de escolher certos estilos e manter-me focada em utilizá-los… ao invés da miscelânea visual que costumo produzir.

  • É fácil de transportar

Posso agarrar no meu filofaz, formato A5, e enfiar na mochila. Posso retirar umas folhas e levar apenas essas. Posso reagrupar grupos de folhas por tema, ou tipo de informação e transportar apenas essas comigo.

Agora, sobre as partes que colocam alguns desafios: como Custos desta prática.

  • Folhas

Apesar de saber que comprar cadernos atrás de cadernos é dispendioso, assim como o espaço para os armazenar, sem falar do custo de não encontrar o que preciso com facilidade, o filofaz envolve todo um outro tipo de custos.

É preciso decidir sobre as folhas que se vão usar. Compro? Faço? O custo do papel é sempre um custo (seja qual for o formato). E, qual o aspecto que desejamos que as folhas tenham? Lisas, quadriculadas, linhas? Brancas, cremes ou amarelas?

  • Furador

Qualquer folha que se pretenda fazer envolve o custo de comprar um furador adequado (algures entre os 13€ e os 30€, de acordo com o que pesquisei na Amazon). Fazer seis furos numa folha de forma perfeita, com um furador de dois buracos é possível (comecei assim), mas a probabilidade de furar tudo torto é quase certa. Por isso, esta prática pode requerer a compra de um furador especial.

  • Caderno de Argolas

O caderno de argolas é um custo. Actualmente, já encontramos oferta que não pertence à marca Filofax. E, não se encontra esta marca à venda em qualquer loja de esquina (na capital de Portugal). Aliás, ainda estou a tentar descobrir se ainda se vende em Portugal… Assim, o caderno de uso diário tem um custo que pode variar entre os 15€ e os 80€ (assim de uma forma geral, e de acordo com as minhas pesquisas pessoais).

  • Arquivo

E, até acreditei que o caderno de uso diário iria servir por um tempo longo. Porque, nas ilusões sou sempre muito positiva. Mas, neste momento, com dois meses de informação, o meu filofaz está a ficar muito gordinho. Adoro! Mas, coloca outro problema: arquivo.

Neste momento considero adquirir um arquivo, ainda não sei bem em que formato, porque há vários à escolha, e só vou decidir quando puder comprá-lo de facto.

  • Um programa de criação/edição de texto/imagem

Há vários anos que sou utilizadora assídua do Canva. Podem criar uma conta sem custos, ou subscrever o programa e aceder aos templates pagos.

Fácil de compreender e utilizar, com vários templates disponíveis, para download em diversos formatos, com opção de carregar os próprios conteúdos e formatá-los na aplicação, tem sido uma grande ferramenta de uso pessoal.

E, esta é a minha opinião sincera, sem qualquer patrocínio da marca em questão.

Mas, qualquer outro programa que tenham, usem, ou ao qual estejam mais habituados, pode ser uma grande ferramenta nesta prática criativa.

  • Uma impressora funcional e tinteiros

Por mais que queira limitar nas impressões, facto é que adoro colocar a imagem (uma ou muitas) junto daquilo que estou a escrever. Uma abordagem visual ajuda em muitas circunstâncias, em especial enquanto estou à procura de algo, ou quando estou inspirada e imersa em algo.

E, para além de ter a máquina em si, os tinteiros podem ser o maior custo desta prática, dependendo de quanto utilizem.

É absolutamente essencial à prática? Não, não é. Mas, eu gosto, e para a minha prática é essencial.

  • Tempo para dedicar aos cortes e colagens

Pois, claro que nunca seria apenas imprimir, ou mexer com imagem. Tudo o que desejamos adicionar a este filofaz requer tempo para editar, imprimir, cortar, colar.

Ora, cola, tesoura, guilhotina de papel, tudo pode ser adicionado como custo.

E, em simultâneo, é uma prática que reúne os momentos mais contemplativos e de meditação que nos ajudam em toda a prática criativa. Quantas vezes estou a colar uma imagem, adiciono uma citação e, de repente, forma-se uma ideia? Acontece com frequência. Isso e sentir que estive num momento de descontração pessoal, apenas a cortar e colar imagens.

Assim, concluo…

Dois meses depois, e estou rendida a esta prática.

Não me iludo com o facto de continuar a utilizar outras ferramentas de organização de informação. Afinal, cada livro a criar irá requerer o seu bloco de apontamentos dedicado, cada livro lido online, continuará a ir parar ao ficheiro de citações recolhidas, cada newsletter gozará do seu ficheiro de Notion…

Mas, como ferramenta de organização, para aqueles que precisam reunir referências criativas, informação prática diária, ideias para novos conceitos (escritos, de vídeo, pintura ou imagem), diz que o filofaz ajuda a fazer.

Sendo que não há recursos perfeitos, só pode ser perfeito para mim.

E, quanto ao aspecto? Estou a considerar fazer um vídeo sobre o assunto e mostrar-vos como ficou. Deixem um comentário se quiserem vê-lo no vlook.

Obrigada e Até Breve!

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