“First Grave on the Right” de Darynda Jones

Darynda Jones

É Verão!

E, algures nos recessos da minha mente, sei que poderia aprender a escolher as minhas leituras de acordo com os padrões da estação. Seria adequado, e compreensível, se optasse por leituras relacionadas com o Verão… ou, pelo menos, um pouco mais alusivas ao significado desta estação.

Desconfio que tal nunca irá acontecer. Esta moda de andar ao sabor da maré, e estarmos todos a falar sobre o mesmo, só porque achamos que é o que as pessoas querem ler, não é para mim.

Do I seek help or buy drinks all around? – Darynda Jones, “First Grave on the Right”

Assim, ao escolher o que ia ler nas férias deste Verão, “First Grave on the Right” de Darynda Jones, pareceu-me interessante o suficiente. E, JURO que não teve nada (ou pouco) a ver com a excelente promoção que encontrei, no site daquele distribuidor gigante, que espalha animosidade por aí.

Haverá melhor ambiência para equilibrar o excesso de praia/calor/sol/chinelo no pé/fato de banho/bolha no pé/grão de areia em todos os orifícios do corpo?! Claro que não!

He bombarded me with words, of all things, apparently clueless to the fact that predawn hours rendered me incapable of coherent thought. I concentrated super duper hard in concentrating and made out three salient phrases: busy night, two homicides, ass down here. – Darynda Jones, “First Grave on the Right”

Tal como partilhei no Instagram (encontram-me aqui…) há três dias, este livro foi um conselho veemente de uma amiga. Só levei dez anos a aceitar, activamente, a sugestão. A obstinação nota-se muito?! Importante é que decidi comprá-lo e lê-lo.

Confesso que não me arrancou deste Universo, impulsionada por fogo de artifício e Ahhhsss… mas quase.

Tenho lido uma série de histórias, neste mesmo género literário, romances fantásticos, para jovens adultos e mais velhos, muitos deles escritos pelas mãos das mesmas autoras que escreveram algumas das opiniões curtas que constam nas primeiras páginas desta minha cópia, como J.R. Ward, Gena Showalter e Kresley Cole…

Com a bagagem de tudo o que já li, confirmo que há algo de inovador, e interessante, na forma como esta história foi construída e trabalhada.

Then another scenario came to mind. Of all the times I’d seen Bad, he’d never brushed against me. He’d never even touched me, and he certainly hadn’t dived in for a swim in my nether regions. Maybe it wasn’t Bad at all. – Darynda Jones, “First Grave on the Right”

Este primeiro volume não me desiludiu e, espero poder continuar a ler esta série, que conta já com 13 volumes e uma mão cheia de contos… assumindo que consigo continuar a comprar os restantes por um preço aceitável.

Charley Davidson, a personagem principal, tem substância e bastante piada. Envolve-nos nas suas vivências, presentes ou passadas, de uma forma muito natural, assim como as personagens que a rodeiam estão construídas de formas que nos despertam curiosidade e envolvem nas suas vidas ou na falta destas. É só olhar para Mr. Wong!

summwer reads

Os mistérios, a acção, e todas as reviravoltas agarram o leitor. Até o tema mórbido é explorado de uma forma que nos envolve e nos coloca nos sapatos, quer de Charley, quer dos seus opositores.

Afinal, quem não se relaciona com o que a morte de um ente querido nos provoca?

One of the consequences of my being honest with those close  to me was the effect it had on their psyches. I’d learned long ago that, yes, it hurt when people didn’t believe me, but when they did, their lives were changed forever. They never saw the world the same again. And such a perspective could be devastating. I chose very carefully who I let in. – Darynda Jones, “First Grave on the Right”

As cenas mais sexy estão bem conseguidas e cada experiência emocional, seja dor, desejo, amor, ódio, desconfiança ou ardor, passam para o leitor com mestria. Mas, neste ponto só posso falar da versão original do texto. Atentando que, por vezes, perde-se muito nas traduções.

Tendo em conta que sou uma leitora bastante lenta, consegui consumir este livro de 315 páginas em períodos de várias horas, durante 4 dias. O que é um bom sinal para mim e os meus ritmos de leitura.

Considerei que seria uma leitura de 4 estrelas, sendo que acredito que vale 4,5, mas o Goodreads não tem meias pontuações para meu desconsolo habitual.

Retive os 0,5 porque… basicamente, porque não é um clássico. Tenho-lhe muito respeito, mas não acredito que o estatuto de clássico se venha algum dia a considerar. Isso, e porque faltaram os Ahhhsss!!!

As if a delayed reaction had suddenly hit, Taft’s outburst was starting to gnaw. Another person angry with me for no reason. Eating away at me as well were the hostile, wary glances at the police station yesterday. In fact, men in general were pretty low on my list of priorities at the moment. – Darynda Jones, “First Grave on the Right”

Sobre a história em si, não direi grande coisa, porque não gosto de spoilers. Mas, digo-vos que aprecio que a personagem principal esteja a descobrir coisas sobre si própria.

Gosto que a heroína saiba coisas, mas que as retenha de quem está a ler, até a informação ser, inteligentemente, inserida no sítio apropriado.

Gosto que não se tenha optado pelo cliché de senso comum que nos atira um conceito e confia que iremos recorrer a tudo o que já foi construído acerca desse tema.

Gosto e gostei o suficiente para, daqui a alguns dias, procurar ler o próximo livro desta série.

Se gostam de ficção fácil de ler, com piada, e uma heroína capaz de suscitar empatia, aconselho. É uma óptima leitura de Verão. (LOL)

Ou será, apenas, uma ótima leitura, para quem gosta de fantasia.

Obrigada e Até Breve!

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