Olá a todos. Sejam bem-vindos a esta [vida criativa], sub-secção [diário de bordo].
Hoje, falo-vos um pouco sobre o que tenho andado a fazer. Projectos escritos, Livros, Arte, Vida… as actividades criativas que me têm acompanhado nos meses iniciais de 2024.
A Estação do Ano chegou!
Olá Primavera!!! Tive saudades tuas.
A primavera chegou. Cheia de dias disfarçados de pleno verão e, outros, muito chegados ao outono. Situação que, para mim, é a ideal. Nem muita escuridão depressiva, nem muito calor a provocar o terror circulatório dos membros inferiores. Perfeito!
Sempre fui fã desta estação do ano. E, isto, só se adensou com as complicações de saúde neste meu caminho porque, para além de gostar da primavera, agora também é quando me sinto melhor.
Com os humores a melhorar, e a inevitável saída dos meses de início do ano, que sempre são tão dolorosos que até assustam, vejo chegada a hora de me pôr a mexer. No sentido literal.
Mudar de Vida
“mudar de vida, tu não te sentes satisfeito…” fez-me lembrar a canção. Mexer-me!
Pois, após décadas de ódio profundo às variadas actividades físicas que era obrigada a fazer (motivos vários). Ou não fazer, como era muitas vezes o caso… lá acabei por descobrir uma que, espantosamente, não me provoca este sentimento.
E, sim. Fazer Qi Gong em casa era interessante (menos, nos últimos anos, por questões de mobilidade), mas eram mais os dias em que não arranjava qualquer coragem para o mínimo dos 15 minutos que a actividade requeria.
No ano passado, a fisioterapia ajudou um pouco mas, a condição mantém-se e a fisioterapia não.
Teimosa (até à última instância) que sou. E, talvez porque pouco sei nadar e tenho pouco à-vontade dentro de água, há décadas que recusava a única actividade que os médicos diziam que me podia ajudar — para além de andar (doloroso much?!)
Acreditava que, sem nadar como deve ser, iria apenas afundar tipo calhau, no meio de uma piscina qualquer.
Afinal, diz que a hidroginástica salva colunas vertebrais e favorece o trabalho muscular das costas. E, sabe tão bem. Aquela água quentinha é uma coisa maravilhosa para os meus nervos, um verdadeiro treino de respiração e mindfulness. Concentrada em evitar afundar, e exercitar como deve ser, é como tenho de estar.
Claro que não chego a mais de um terço da piscina… sou baixinha. E, os exercícios em que os outros percorrem a dita, eu só vou até um terço do caminho, mas por várias vezes.
E, a mobilidade? Essa melhorou logo na primeira aula. Também, diz que faz bem aos nossos mecanismos de criação e invenção de histórias. Aliás, escreveram-se livros sobre a relação entre actividade física e o trabalho do escritor.
Ocorre-me “The Healthy Writer” de Joanna Penn, “What I Talk About When I Talk About Running” de Haruki Murakami, “Running, Thinking, Writing” por Jackie Hoermann-Elliott, entre muitos outros.
Vou comprovar, ou refutar, a alegação e logo vos digo.
Projectos Escritos… e números
Ora diz que, depois de tantos meses a ruminar no projecto ‘The Shapeshifters‘ (deixo-vos aqui um — dos vários — artigo sobre estes livros), sem avançar grande coisa naquilo que sinto que é necessário, decidi atacar o projecto por outro ângulo… o traseiro, ou o final.
Já vos ofereço os números, para ponderarem. Como é costume, peço-vos que tenham paciência comigo, e as minhas voltas esquisitas.
Na vida, e na escrita, sou uma pessoa que aprendeu que, a melhor forma de fazer algo é: começar pelo princípio e seguir a ordem até ao fim.
A estrutura mental que melhor funciona comigo é esta: se a palavra tem um acento, escrevo-o assim que a letra aparece. Se a frase tem vírgulas, escrevo-as assim que vejo que cheguei ao seu espaço. Assim que penso numa história, começo pelo título, e parto daí.
Porquê? Porque não me quero esquecer de nada. Olá, perfeccionista chata!
É mesmo uma chatice! E, muito contra a forma de trabalhar da maioria das pessoas que conheço… incluindo a minha filha, que gosta de escrever a palavra toda e, só no fim, volta atrás para por o acento… e, eu procuro respeitar a forma dela, mesmo quando me roo de dificuldades para não apontar que a outra forma é melhor. Ou, para mim, é melhor porque assim tenho a certeza de que não me esqueço de acentuar a palavra como deve ser… ou, pelo menos, no melhor das minhas capacidades. Mas, cada um(a) faz o que funciona para si (ela).
No momento, preciso trabalhar no final desta trilogia, para que os dois livros anteriores façam sentido cósmico com a história geral.
Mas, vamos aos números:
‘The Shapeshifters #1’ permanece, neste momento, com 125 690 palavras, 291 páginas, formato A4, espaçamento 1,15… a precisar de uma revisão profunda, após decidir certas coisas no último livro desta trilogia.
‘The Shapeshifters #2’ conta com 27 118 palavras, 62 páginas, formato A4, espaçamento 1,15… e, a meio do primeiro momento de conflito que altera o mundo das personagens principais.
‘The Shapeshifters #3’ é, ainda, um monte de notas e apontamentos em formato papel, sem grande razão ou sentido.
Sinto que preciso escrever certas coisas, que não vão aparecer nos livros, mas que são essenciais para as retirar do espectro “apenas na minha cabeça“. Até, porque, “brain fog e forgetfulness are a thing“.
Assim, comecei por aqui. Comecei por colocar no papel aquelas histórias que, moldaram as personagens, nas suas formas representadas neste Presente da história.
Comecei e, ainda tenho muito caminho para percorrer. Este é um Universo grandito. E, partindo de premissas que percorrem pessoas originárias de diferentes países, cuja organização se deve a outros aspectos que não o sítio onde nasceram, mas o grupo social que os acolhe (ou expulsa), leva-me a ter cuidados extra com aquilo que as personagens trazem para a mesa.
Livros como inspiração
Parte essencial, a este avanço no Projecto ‘The Shapeshifters‘, têm sido as leituras continuadas.
Quando não sei para onde me virar… pego num livro. Ou forço-me a pegar num livro, ou vários, ao mesmo tempo. Sinto que, é melhor do que qualquer outra estratégia não saudável de coping, certo?
Início de 2024… Janeiro foi terrível. Fevereiro, não melhorou. Março… outra cena. Entre doenças, pouco descanso e autêntica tortura de privação de sono, ‘Ó! uma m****!’
Assim, a meio do mês de Maio, conto 39 livros lidos.
E, não é o número total que importa. O que, realmente, me ajudou foi, ler obras como “The Nutcracker”, “Os Mini-Cinco”, “Check & Mate”, “M.C. Escher”, “Hunter x Hunter”, “O Conde de Monte Cristo”, “Fourth Wing”, “Architecture Now”, “In Praise of Shadows”, “The Cruel Prince”, “Book of Night”… com os seus subsequentes (na caso de série) e repetições (reler é um desporto maravilhoso).
No momento, estou a meio de “The Awakening” por Nora Roberts, a meio de “Iron Flame” por Rebecca Yarros, a meio de “Foco” de Daniel Goleman, ao início de “Book of Night” de Holly Black e a precisar pegar em “The Lord of the Rings — The Fellowship of the Ring” para o book club ‘Game of Tomes’.
Ler, ouvir livros, escrever sobre livros… todas elas são actividades que salvam vidas. Muito lhes agradeço.
Uma Existência Criativa quer-se cheia de Projectos Criativos
Após tentativa e falha… e, falha, e falhar mais um pouco, acho que encontrei (até ver) o sistema para mim.
Em Fevereiro, após descobrir o canal de YouTube de Megan Rhiannon, e ter concluído que precisava mudar umas coisas nos meus processos de recolha e tratamento de informação, comecei a utilizar o Filofax para a parte analógica da minha existência.
Como não há possibilidades (nem vontade) de utilizar os materiais da marca em si, arranjei os homónimos funcionais (a um terço do preço) e comecei a trabalhar para moldar este sistema às minhas necessidades. Baptizei-o, por acaso, de filofaz, e continuo a achar que o nome é apropriado.
Hoje, a meio de Maio de 2024 e, após três meses e meio de prática, continuo crente de que este sistema enche as minhas medidas (e, olhem que, as medidas não são pequenas!).
Todos os dias, nele aponto os aspectos mais práticos. Semanalmente, crio as folhas que servem de base à semana que entra. Mensalmente, cuido de ajeitar o calendário mensal. E, quando me apetece, escrevo nele ideias, notas, diário, filmes vistos, livros lidos e tudo o que me passa pela cabeça, incluindo mixed-media com fartura.
Também as imagens, as citações e as inspirações, ganharam um espaço fixo, que é consultado todos os dias.
O meu filofaz tem espaço para tudo, incluindo a farte de ‘faz’ = ‘fazer’. Não é um arquivo, é algo a que recorro para me ajudar a organizar as ideias que povoam os meus dias… mais práticas ou mais criativas, tem espaço para tudo. E, é lindo! Porque, criar um aspecto bonito faz parte dos meus objectivos para ele.
No departamento ‘maratonas de filmes’ comecei o ano em grande… como seria de esperar de alguém a braços com maleitas várias (próprias e dos que a rodeiam).
Assim, revisitei os filmes ‘Twilight’, a saga ‘Star Wars’ (por ordem, e desde o início), vários dos estúdios ghibli. Os mais importantes dos filmes isolados que vi foram, ‘Justice League por Zack Snyder’, ‘Oppenheimer’, ‘Godzilla Minus One’, ‘Pride and Prejudice’.
Nas séries vi a segunda temporada de ‘Reacher’, ‘Halo’, ‘Yu Yu Hakusho’, ‘Hero’s Inside’ e ‘Monarch’.
Este ano, descobri um novo passatempo: diamond art painting.
Com um bom audiobook, acompanhado dum quadro de diamond art painting, e sou feliz. Sim, os movimentos repetitivos acalmam-me. A incerteza do aspecto do trabalho final motiva-me. E, salva-me de qualquer outra actividade cumulativa (como jogar Tetris) mais viciante, e menos calmante, ou produtiva. Assim: diamond art painting será.
Curiosidade: Também notam que cada passatempo é um custo económico acrescido? Ando, há anos, a adiar uma organização que proteja a minha colecção de selos, mas os custos são impossíveis.
Outra actividade criativa que, no momento, me enche o espírito é o novo aspecto da newsletter ‘5 minutos sozinha’. Por uma vez, sem exemplo, porque a newsletter é exclusiva para os subscritores por email deste blog, partilho convosco a primeira:
Assim, convido-vos a explorar a Newsletter 5 Minutos Sozinha AQUI…
E, a subscreverem o blog para o acesso exclusivo. Todas as semanas, ao sábado.
Resumindo e concluindo
Como escrevi há uns anos, e continuo a manter:
“Mas, os Diários de Bordo são importantes. São os check-ins que preciso para ganhar perspectiva sobre o que tenho feito e, como isso, serve o meu Trabalho Criativo.” — em Diário de Bordo: Abril de 2020
Neste check-in revejo:
* a chegada da Primavera e como os seus efeitos, em conjunto com (finalmente) aceitar que preciso mexer-me mais, e que será a hidroginástica o melhor para mim.
* O estado dos projectos escritos sob a designação ‘The Shapeshifters’ e como ultrapassar certos momentos difíceis na sua concretização.
* Os livros, e outras histórias, que têm sido a salvação para alguns momentos difíceis.
* E, um manancial de passatempos que envolvem a prática de filofax, diamond art painting, filmes e séries.
* Assim, como o novo aspecto da newsletter deste blog, que adoro, e pretendo manter.
Aqui vos deixo este Diário de Bordo, com mais umas ideias sobre actividades criativas… e necessárias.